Em débito com a faculdade onde estuda e o visto educacional vencido por conta disto, uma jovem de Guiné-Bissau foi detida, pela Polícia Federal. Quando agentes fizeram uma abordagem de rotina. A própria africana admitiu estar em situação ilegal no Brasil desde 2010. A colega está regular. A estudante foi levada para o posto da PF no Aeroporto Internacional Pinto Martins, onde recebeu orientações da Defensoria Pública da União. Caso não apresente defesa convincente, a jovem pode ser deportada. Segundo a procuradora da República Nilce Cunha Rodrigues, pelo menos outros 100 africanos em intercâmbio de ensino no Ceará vivem em situação irregular. Também deixaram de pagar as prestações das faculdades por dificuldades financeiras, não tiveram matrícula renovada e, consequentemente, não receberam declaração de aluno em curso exigida pela PF para a renovação anual do visto. Eles alegam que, ao chegarem na cidade, depararam-se com valores diferentes dos apresentados durante a seleção na África. O recente golpe político deflagrado em Guiné-Bissau teria prejudicado o envio de dinheiro pelas famílias. Conforme ela, o número pode aumentar. Cada caso será analisado a partir de hoje, após as entidades posicionarem-se sobre o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto por Nilce. “Tem um grupo que só conseguiu pagar um semestre.”, pondera. No TAC, a procuradora sugere que as faculdades entrem em acordo com os estudantes. Nilce pondera, no entanto, que as duas jovens foram flagradas em ato ilícito. Pela legislação brasileira, detentores de vistos educacionais não podem exercer atividades remuneradas. Pode, no máximo, cumprir estágios remunerados. E ambas admitiram estar trabalhando. A procuradora também pretende reunir-se com a cúpula da PF para debater o pagamento de multas e taxas de liberação de vistos. “O visto é pago. Vamos sentar e ver a melhor forma de darmos chance para eles terminarem o curso”.
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